A Bíblia nos diz, no capítulo 11 de Levíticos, uma lista dos animais dos quais Deus proibia de se comer a sua carne. Mais precisamente nos versículos 7 e 8, o Senhor Deus fala a Moisés e Arão sobre o porco, que era considerado um animal imundo e, portanto, a sua carne não deveria ser consumida. Mas por que muitos de nós, crentes, comem? Quem é que não gosta de uma bistequinha de porco ou uma suculenta feijoada?
Para entendermos essa questão, devemos levar em conta o contexto dessa passagem e não apenas seu significado isolado. Para Deus, a humanidade se divide em 2 grupos:
1. Os judeus, que são a nação escolhida por Deus, que teve seu início lá no chamado de Abrão, em Gn 12.
2. Os gentios, que são o restante da humanidade.
No princípio da Igreja, ela era formada unicamente por judeus (os apóstolos). Entretanto, conforme o Evangelho foi se espalhando, muitos gentios começaram a fazer parte da Igreja (At 10:44-48). Logo, então, surge uma dúvida: para serem salvos, eles deveriam ser circuncidados, uma prática exclusivamente judaica (At 15:1)? Os apóstolos fazem, então, uma grande reunião para debater esse assunto e chegam a conclusão que não era necessário, já que somos salvos pela graça de Deus (At 15:11) e não pelas obras.
Mas o que isso tem a ver com carne de porco? Tudo! Quando Deus dá a ordem lá em Lv 11:7-8 para o povo não comer carne de porco, Ele estava falando para os judeus (assim como a circuncisão) e não para nós, gentios. Observe o que Pedro diz em At 15:10: que não deveriam ser colocados sobre os gentios (que ele chama de discípulos) um jugo que nem eles mesmos (judeus) conseguiram suportar. Para resumir a história, devemos entender que essa proibição de comer carne de porco e tantas outras foi referente ao período da Lei e hoje nós vivemos na época da graça. Não é a comida que nos faz agradáveis a Deus (I Co 8:8).
É a mesma questão do sábado: uns guardam e outros não. Porém, a guarda do sábado foi para os judeus, na época da Lei,e não para nós, gentios (Igreja), na época da graça. O próprio Jesus fez muitas curas em sábados (Mc 3:1-5 / Lc 13:10-17), mesmo sendo acusado pelos seus perseguidores. Mas Ele mesmo declarou que é o Senhor do sábado (Mt 12:8). Não devemos, então, guardar o sábado, mas devemos todos os dias procurar adorar e agradar ao nosso Deus.
Mas veja o que Paulo diz em Rm 14: 1-6: “Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá graças a Deus.”
Devemos, então, respeitar, amar e nunca julgar os nossos irmãos, vivam eles colocando jugos desnecessários ou não sobre si mesmos.
Elaborado por: Ulisses Magno Cavaleiro
Dúvidas e sugestões ju.e.uli@hotmail.com
Sorocaba, 07 de setembro de 2008
“Todos os comentários são a minha opinião baseado naquilo que eu tenho estudado na Palavra de Deus. Você não deve concordar comigo. Estude os versículos e tire as suas próprias conclusões. Essas são as minhas.” Ass.: Ulisses Magno Cavaleiro.
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